Quem inventou a palavra adeus merece cem anos de forca, mil anos de cadeira elétrica, milênios trancafiado numa cela sozinho. Quem inventou o adeus inventou com ele a maior das tormentas do ser humano: a saudade.
A saudade oriunda do adeus é cruel e pega a gente de surpresa: é dar adeus sem querer dar adeus. O adeus muitas das vezes é autoritário e unilateral. Ditador, eu diria. O adeus carrega com ele parte da gente, parte esta que é arrancada de dentro e vai embora, deixando-nos órfãos, aleijados, mutilados e sem alma.
O adeus de hoje eu juro que não queria dar; eu juro que não queria receber. O adeus de hoje socou com toda força a boca do meu estômago, me revirou as vísceras, me despiu pelo avesso. O adeus de hoje fez meus olhos relembrarem o sabor amargo da lágrima e me fez triste, me fez despedaçada, me fez meio viva e meio morta, ao mesmo tempo.
O adeus de hoje levou alguma parte de mim que ainda não consigo identificar, mas que consigo sentir que tinha extraordinária importância...
E a Lapa depois disso com toda certeza vai ficar menos colorida na minha retina, pelo menos por um bom tempo...
2 comentários:
Olá minha prezada Roberta Mattoso, tudo bem com você...? Poxa, para quem é o adeus e a saudade contidos no seu artigo...faleceu alguém? Meu filho Marcello está aí no Rio pelas bandas da Lapa. Está curtindo todas. Forte abraço a você e continuo daqui acompanhando as coisas daí e do Lapa Retrô, ok!
Marcello Laranja (Clube do Choro de Santos)
Olá Robertinha. Infelizmente a despedida, a dor, o sofrimento fazem parte da vida, mas sabe que o grande barato é saber que amanhã é outro dia e transformar a dor em saudade gostosa. E lembrar das pessoas que se foram (e olha que já perdi muitas próximas) de forma gostosa e com alegria, pois tivemos elas por perto. Elas nos ensinaram, nos acrescentaram e nosa amaram.. Bola para frente mocinha.bjs
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