terça-feira, 17 de novembro de 2009

17 e 18/11: Batucadas Brasileiras



Na semana da consciência negra, o grupo Batucadas Brasileiras – Orquestra de Percussão Robertinho Silva sobe no palco do teatro Teatro Rival Petrobras para apresentar o show Quando o Samba Não tem Cor. Dias 17 e 18 de novembro, terça e quarta-feira, às 19h30, a Orquestra apresentará ao público carioca o novo repertório, que inclui a releitura da obra de grandes compositores como Pixinguinha, Capiba e outros nomes que contribuíram para a formação da Música Brasileira, além de composições de autores contemporâneos e músicas inéditas próprias.

O projeto sociocultural Batucadas Brasileiras – Orquestra de Percussão Robertinho Silva é o resultado da união do baterista Robertinho Silva com o maestro Carlos Negreiros, que em 2006 criaram a oficina homônima com o objetivo de formar jovens na faixa dos 14 aos 25 anos, moradores de comunidades de baixa renda da Zona Portuária do Rio de Janeiro em percussionistas profissionais. Com o patrocínio da Petrobras e o apoio institucional das Secretarias de Educação e Cultura do Município e do Estado do Rio de Janeiro, o projeto tem por objetivo ser uma referência para os seus 264 alunos entre as melhores oficinas de percussão do país.

No show do Rival, Robertinho Silva, Negreiros e o cantor e compositor Aleh Ferreira comandarão um set de 15 percussionistas (alunos do projeto), integrantes da Orquestra de Percussão Robertinho Silva, tocarão juntamente com o saxofonista Carlos Malta, à frente de um naipe de metais (trombone, trompete e tuba), apoiado por um quarteto de violão, guitarra, cavaquinho e contrabaixo. O resultado é uma grande Orquestra Popular que na sua base tem como elemento permanente o samba, em fusão com os ritmos contemporâneos.

E se o samba é o gênero que reflete com maior autenticidade a alma brasileira, nada melhor do que apresentá-lo não só na sua confluência de ritmos, mas, e principalmente, na mistura de culturas que, por inúmeras circunstâncias históricas, se encontram vivas nas “duas baías”, onde ele nasceu, e que se preservam em toda a sua raiz nas terras do Recôncavo Baiano e em toda a sua plenitude nas do Recôncavo Carioca.

Essa é a motivação da presença do cantor, compositor e violeiro santamarense Roberto Mendes no show Quando o Samba Não Tem Cor, que irá inteirar-se com as Batucadas da Orquestra de Percussão Robertinho Silva, promovendo assim o Encontro das duas Baías: a de Todos os Santos e a da Guanabara.

Para completar a celebração, o Batucadas Brasileiras convidou para participar do show o sambista Moacyr Luz, o rapper BNegão e os instrumentistas Raul de Souza, Carlos Malta e Wagner Tiso. Esta celebração consiste na reunião de alguns dos mais brilhantes cantores, compositores e instrumentistas brasileiros que, de algum modo, representam o que há de melhor na atual MPB, como forma de integração artística, cultural e fraterna do Rio de Janeiro e da Bahia com o continente africano. Na semana da Consciência Negra de 2009, o espetáculo Quando o Samba Não Tem Cor vem demonstrar o encontro de culturas africanas que no passado ancoraram no Rio e em Salvador e se expressaram em manifestações tão comuns e singulares, para todo o povo brasileiro na sua mais ampla diversidade, a exemplo da nossa Música Popular.
Objetivos - Ao olhar para o inventário musical da Música Popular Brasileira, no Rio e em outros estados do Brasil, percebemos que “as várias músicas brasileiras” têm como identidade estarem dispostas nos espaços do Atlântico Sul, que passam a ser o elemento de unidade deste projeto.

O espetáculo Quando o Samba Não Tem Cor visa resgatar e difundir a memória das culturas do Atlântico Sul, através das expressões culturais que se manifestaram, e ainda se manifestam, no Rio, relacionando-as ao encontro dos sotaques musicais brasileiros e aos processos de formação da nossa cultura popular.

O espetáculo tem ainda por objetivo contribuir para o avanço da discussão sobre a diáspora africana e o renascimento atual da África, a fim de impulsionar o aprofundamento efetivo da memória e das relações culturais entre o Brasil e o continente africano.

O evento objetiva também o entretenimento do público e dos palestrantes do Colóquio Internacional da Afro-Latinidade, a ser realizado nos dias 16, 17 e 18 de novembro, no auditório da Universidade Cândido Mendes.

Encontro das duas baías - As duas baías, Guanabara e Todos os Santos, terras férteis da cultura que se uniram pela força da rebeldia e pela presença africana, moveram-se historicamente em sentidos opostos. Uma tirou da outra o que a outra tinha. Na de Todos os Santos, com a perda da capital, surgiram outros espaços além de Salvador, consagrando o Recôncavo e com ele as tradições escondidas. A outra, a da Guanabara, perdeu mais tarde, quando tiraram dela a condição de cidade-estado. Mas não só de perdas as duas baías vivem. São ambas celeiros e cenários de cruzamentos culturais, de combinações raciais e de produções musicais. Ambas guardam os tesouros da tradição brasileira: ritmos negros e brancos, culturas cruzadas do Atlântico Sul explodem na forma de cascatas de ritmos e de imaginação, juntando religião e música, política e festa e felicidade e democracia social.

O projeto Batucadas Brasileiras é isso. Uma tentativa de se voltarem para o Rio de Janeiro as tradições generosas que compreendem o Brasil em sua totalidade, enquanto país livre e afirmativo de suas matrizes africanas, compreendendo a sua mais ampla diversidade cultural.

Serviço do show:
Data e hora: 17 e 18 de novembro (terça e quarta), às 19h30
Local: Teatro Rival Petrobras
Endereço: Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia.
Telefone: 2240-4469 Reservas: 2240-4469
Capacidade de Público: 450 lugares
Classificação Etária: 16 anos (Menores de 16 anos somente acompanhado do representante legal)
Preços: R$40 (inteira) e R$20 (estudantes e idosos)
Bilheteria: seg. a sexta 12h às 20h / sábado 15h30 às 20h
Cartões: não aceita
http://www.rivalbr.com.br/

Um comentário:

Marcello Rocha, o artco disse...

Legal, e na foto que ilustra esse post, o grande (apesar de ser baixinho, mas é no talento que tô falando)rs, Ronaldinho Silva , grande amigo e parceiro de peladas onde ele é conhecido com a alcunha de "brasinha", filho do mestre Robertinho Silva, esses caras são bambas, esse show deve ter sido bacana, não tive a oportunidade de assistir, mas foi bom saber dessa rapaziada.
saudações tricolores,Roberta.