O MODERNA LAPA RETRÔ não poderia esquecer do centenário da moradora mais famosa que a Lapa já teve: CARMEM MIRANDA.
Para celebrar o seus cem anos de existência nesse nosso mundinho, fica aqui uma crônica minha sobre a Pequena Notável...
Carmem, musa da Lapa
(Roberta Mattoso)
(Roberta Mattoso)
Há quase cem anos atrás, nascia Carmem Miranda. E há cem anos a Pequena Notável eternizou sua vida na história da música. Aquela mulher, pequena em estatura e imensa em força e personalidade, ganhou o mundo com sua voz, seus trejeitos e suas fantasias para lá de exóticas. The Brazilian Bombshell encontrou a fama na América chique, nos States. Hollywood a adotou e a consagrou como estrela nos musicais americanos.
E se Carmem vivesse nos dias atuais, como seria a sua vida em terras tupiniquinins? Como seria Carmem Miranda moradora da Lapa nos dias de hoje?
Carmem com certeza viraria boêmia convicta. Também, pudera. Os bares, botequins e pé sujos de lá atraem os estudantes, artistas e jornalistas que saem das redações em busca de uma cerveja de garrafa estupidamente gelada. Carmem ficaria alucinada com tanta gente interessante sentada nas mesas, discutindo sobre as pautas do dia seguinte, dos shows que serão feitos no final de semana, dos ensaios das escolas de samba e é claro, sobre o futebol nosso de cada dia. Depois de se deliciar com tantos assuntos diferentes e interessantes, a pequena sairia com seu grupo de amigos em busca de uma roda de samba. E lá sairia ela, com seus badulaques pendurados rumo ao samba do Beco do Rato, às terças, ou no samba 0800 da rua Silvio Romero que acontece toda quinta-feira. Se o dinheiro apertasse, beberia no depósito com a moçada amiga.
Carmem, moradora da eterna Montmartre Carioca, não perderia a Feira do Lavradio e, de quebra, teria uma barraca vendendo bijuterias das mais modernas e estilosas. Carmem na faixa dos vinte anos teria muitas outras amigas como ela: meio ripongas, meio modernas, todas sempre antenadas com a moda carioca. A barraca de Carmem faria um tremendo sucesso!
Mas o que a diva realmente se encantaria seria com a noite do bairro. Começaria a vida cantando nas casas locais acompanhando grupos de samba, mas faria sucesso mesmo cantando sozinha no Rio Scenarium. Carmem com seu requebrado e sua voz seria ovacionada, dos brasileiros até os gringos freqüentadores da casa. A partir daí seria aquilo que todos já sabem de cor: a estrela seria altamente reconhecida e gravaria seu primeiro CD, que viraria hit nas rádios de todo o Brasil. E do Brasil para o mundo seria um pulo. Isso porque um amigo de Carmem colocaria suas músicas no My Space e seus shows no You Tube. Não teria mais jeito. A diva estaria fadada a todo o sucesso que merece. A única diferença nessa história de sucesso seria o fato de que Carmem Miranda não precisaria fazer sucesso lá fora para virar celebridade aqui no Brasil. Aliás, nos tempos de hoje, duvido muitíssimo que a deixassem sair do país, rumo à terra do tio San. Cartazes pelas ruas com os dizeres “Fica, Carmem!” seriam espalhados pelas ruas da cidade maravilhosa. Se Carmem fosse viva hoje, boa parte da história seria mudada...
4 comentários:
Roberta,
parabéns pela crônica em homenagem a Carmem Miranda !
Criativa e inspiradora.
Bela sacada a sua.
Mexe com a nossa fantasia.
Ficamos a imaginar o que seria Carmem Miranda na Lapa de hoje.
Belo !
Beijão
Eu adicionaria ela no orkut!
òtimooooooo texto!!!
Beijossssss
Bela crônica, menina!
Não sou tão sabido assim, como vc gentilmente comentou em meu blog, mas...
Sabia, sim, que Carmem morou na Lapa. Está lá na quinta linha. (não reparou?)
Ela tinha bom gosto... Tanto que era RUBRO-NEGRA!
"Eu digo mesmo amor e nunca I Love You..." Adoro essa homenagem que Ary Barroso fez pra ela na música Disseram que eu voltei americanizada.
Belíssima crônica, Roberta. Adorei. E tenho que coincidir com o Leo, quanto à rubro-negrice dela. Amanhã vai ter um texto lá no Nemvem que imagino que você vai curtir.
beijos
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