quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ano novo particular

Cheers!

O calendário gregoriano, utilizado na maior parte do mundo, tem como ponto de partida o dia 1º de janeiro. No dia 31 de dezembro o ciclo se encerra e, como forma de rito, comemora-se o reveillon em grande estilo: festas, roupas brancas e 1001 superstições. Além disso, fica a promessa de que no próximo ciclo todos os erros cometidos ficam no passado, levando apenas consigo a esperança de que dias melhores virão...

Pois bem. No meu universo particular, meu ano é mais curtinho. Para ser precisa, o meu ano começa no dia 23 de setembro ("É primavera/Te amooo!") e termina às 23h59 do dia 24 de abril ("Happy Birthday to youuuuu...."). Meu ciclo anual do meu universo particular dura exatamente sete dos doze meses do calendário oficial.

No meu calendário o ano começa em setembro, onde sou abençoada pelo sol primaveril, pelos pássaros, pelas flores e seus aromas, pelas frutas e seus sabores, pelas águas da Oxum e de Iemanjá. Desde pequena sempre foi assim: o mês de setembro me deixa mais feliz, mais esperançosa e diferente...Talvez seja porque é quando minha pele branca torna-se alaranjada e minhas sardas no nariz ganham um aspecto rosado causado pelo sol diário. E dessa forma vou levando a vida da melhor maneira que me permito viver, passando por dezembro, o Natal e o Reveillon da maioria dos seres que habitam o planeta, passando pelas férias incríveis de janeiro e

o carnaval pelas ruas de Santa Teresa, chegando no mês de março com a volta do batente e dos sonhos a serem realizados e, por fim, no mês de abril quando apago as velas do meu aniversário.

Resumindo: meu ano acende com o sol da primavera e se apaga com as velas dos parabéns. Nada mais ritualístico e personalizado.

E entre o fim de abril e meados de setembro, como fica? Bem, para mim este é o período de hibernação e de entressafra. Este é o momento onde apago as luzes para que possa apenas observar as estrelas do céu sem que nada possa me atrapalhar. É nessa hora que paro de falar para ouvir, que paro de produzir para observar, que paro de sonhar para meditar... Quase um terço do ano oficial é tirado para cuidar mais precisamente do corpo, da alma e da mente. É este o buraco onde enterro meus anseios e minhas angústias para adubar a terra do meu eu. É onde percebo o quanto sou pequena em relação à Criação divina. É onde reabasteço minhas forças para ressurgir pronta para comemorar o meu ano assim que chega.

Por isso, desejo um Feliz Ano Novo a todos aqueles que também possuem uma vida particular, paralela àquela obrigatória pela sociedade. A todos que acordam e escolhem o dia para ser feliz, CHEERS!!!


Um comentário:

Marcio disse...

Linda essa postagem. Trouxe-me bons sentimentos e a possibilidade de ser otimista com coisas simples e tentar tornar meus momentos comuns em momentos especiais como você os torna. Abraço e Feliz Ano Novo Particular e Feliz Ano Novo Obrigatório.